Descobri. Sou imperfeita. Faltam-me asas!
O que me sobra em voz para falar em demasia, falta-me em pernas, para dar a volta ao mundo…
Ainda
teimo e sonho. E procuro, loucamente, realizá-los com certa pressa.
Trabalho duro e cada dia mais. Não sofro com o final de domingo.
Mas
eu queria mesmo é ter asas. Voos baixos e seguros, mas contínuos e
frequentes. Voar perto do chão. Solta! Não como um pássaro, mas como uma
mulher livre, que faz o que quer e vai a onde quer.
Do
pássaro queria o ninho. Um canto seu, para viver com seus filhotes até
que cresçam. Um amontoado de lãs e fios emaranhados confortavelmente,
sem o rigor de organização simétrica: meu lar!
Queria
janela sem grades! Portas sem chaves! Água morna. Toalhas limpas.
Queria que legumes fossem saborosos, que doces e bolos não engordassem,
que a vida fosse como a gente escolhesse ser…
Mas eu queria mesmo era ter asas!
E voaria sobre o mar e sobre as matas, e sobre as estradas e sobre o chão, sobre os vales e sobre as colinas…
E encontraria as pedras preciosas de Minas, os acarajés do Senhor do Bonfim, os arrecifes de Boa Viagem, a Lagoa dos Patos e os Patos de Minas… Voaria pelas terras do Brasil!
Mas pousaria nas areias da Orla de Atalaia e de lá, talvez, não levantasse mais voo…
Deus não deu asas à cobra. Ainda bem. Nem a mim.
Obs: Esse texto é divino, amei! Me encontrei nele, diz tudo que penso, que quero, que sempre quis!Nunca quis ser anjo , e sim ter asas, ser livre, fazer o que quero sem ser julgada!
AMO meus anjos, eles me protegem, e é neles que me realizo!
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